Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a infertilidade é definida como a falha nas tentativas de um casal engravidar sem o uso de métodos contraceptivos durante 12 meses.
No caso de mulheres acima de 35 anos, 6 meses é o período determinado para a avaliação de infertilidade. Para qualquer dúvida, o indicado é que o casal, o quanto antes, agende uma consulta com seu médico especialista para uma investigação detalhada
As tecnologias desenvolvidas em laboratório para manipulação de óvulos fora do corpo, são chamadas de técnicas de reprodução assistida, a fertilização in vitro (FIV) é uma das principais técnicas. O primeiro nascimento de FIV aconteceu em julho de 1978 na Inglaterra e era comumente chamado de “bebê de proveta”. Essa conquista concedeu o Prêmio Nobel de Medicina ao Dr. Edwards.
Existem duas técnicas de fertilização: FIV clássica e ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides). Ambas auxiliam no tratamento de pacientes com dificuldades de engravidar.
Para que a FIV clássica aconteça, o óvulo é colocado junto ao espermatozoide em um ambiente externo ao corpo, após a formação do embrião, ele poderá ser transferido para o útero da paciente para que gestação ocorra.
A injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), é considerada um tipo de fertilização in vitro (FIV), onde um único espermatozoide, selecionado pela melhor motilidade e morfologia normal, é injetado através de uma microagulha no óvulo para que assim ocorra a fecundação. Assim, a ICSI tem sido aplicada principalmente para tratar a infertilidade masculina, por baixa quantidade de espermatozoides.
Inicialmente a FIV foi apresentada para contornar problemas tubários irreparáveis, como tubas danificadas ou obstruídas, mas hoje, é amplamente aplicada para o tratamento da infertilidade por uma variedade de causas, que incluem:
A taxa de sucesso da FIV com óvulos próprios está diretamente relacionada a idade materna e é contabilizada a partir do nascimento do bebê, o que simboliza o melhor resultado de uma técnica na reprodução assistida.
Etapa 1: Avaliação detalhada do médico especialista que irá solicitar exames sorológicos obrigatórios para a mulher e homem. Após a realização destes exames e constatação de normalidade, aguarda-se então a descida da menstruação da mulher, após se passar dois dias, será realizado uma avaliação ultrassonográfica para a constatação de que tudo está certo para o início a estimulação controlada. <br>
Etapa 2: A Estimulação Ovariana Controlada (EOC). O ciclo de fertilização in vitro começa com a estimulação ovariana através de medicações hormonais. A estimulação controlada permite ao médico monitorar o crescimento folicular dos ovários para a recuperação do óvulo no momento certo.
Etapa 3: Recuperação de óvulos em centro cirúrgico sob os cuidados das equipes de enfermagem, anestesia e médico assistente. Os óvulos maduros são recuperados de 34 a 36 horas após a injeção do hormônio hCG. O procedimento de recuperação dos óvulos é realizado por meio de aspiração transvaginal guiada por ultrassom, a paciente é sedada e deverá estar em jejum de 8 horas.
Etapa 4: Com os óvulos em laboratório de embriologia, realiza-se o preparo para a realização da FIV ou ICSI. A amostra de sêmen é coletada por masturbação logo após a recuperação de óvulos e os espermatozoides são isolados e capacitados para fertilização. A FIV clássica ou ICSI é usada para fertilizar os óvulos.
Etapa 5: Transferência de embrião
Os embriões podem ser transferidos na fase de clivagem (3 dias após a fertilização) ou na fase de blastocisto (5 dias após a fertilização). Conforme individualização médica e laboratorial. No momento da transferência do embrião, o cônjuge poderá acompanhar o procedimento. A paciente não precisará passar pela sedação por ser um procedimento tranquilo e rápido. A bexiga deve estar cheia no momento da transferência pois a mesma posiciona o corpo do útero e facilita o procedimento que é guiado por ultrassom transabdominal, feito isso, o médico assistente inicia o procedimento colocando um primeiro cateter no orifício do colo uterino adentrando até a uma porção do canal cervical dando acesso ao endométrio, em seguida, o embriologista com um segundo cateter realiza o carregamento do embrião e passa para o médico assistente introduzir através do primeiro cateter o cateter com o embrião que será guiado por ultrassom até a porção media ou superior do endométrio onde será depositado.
O número de embriões transferidos dependerá de várias informações que serão individualizadas caso a caso. Às principais são, idade da mulher, estágio de desenvolvimento embrionário, qualidade do embrião, embrião euplóide (normal cromossomicamente), espessura do endométrio e valor da progesterona que deverá ser dosada e avaliada horas antes da recepção do embrião. Desta forma, visamos um bom resultado sem aumentar muito o risco de gestações múltiplas.
De acordo com a Resolução do Conselho Federal de Medicina número 2.994/2021 vigente, está determinado um número limite de embriões que devem ser transferidos por transferência embrionária pós o tratamento da Fertilização In Vitro: